O que fazer quando já não se sente.
Quando o que se traduzia em gozo não mais se manifesta.
Quando qualquer apelo visual, qualquer palavra se tornam apenas ações?
Será esse o sinal do fim,
uma apatia camuflada por sorrisos sem alma, beijos sem sabor, olhares vagos.
E se é o fim, o que fazer?
Se o encontro com Perséfone não é uma opção,
como emergir desse bálsamo inébrio, torporante?
Reagir, lutar, transformar, renascer.....
Atitudes aparentemente simples para aqueles que aconselham.
Porém todo renascimento é precedido de injúria da alma,
confusão de sentimentos e da morte, física ou não.
Mas qual a finalidade dessa transformação,
se ao fim de tanto flagelo resta apenas a eterna busca?
Procura-se pela felicidade, pelo amor, pela amizade verdadeira...
Enfim, emerge-se do catatonismo para a luta incessante
contra adversários cujas armaduras encerram falsidade, egoísmo e ambição.
Assim sendo, é preferível consumir-se em si mesmo, esgotar-se de si
do que acordar de seus próprios devaneios
e sentir a lascínea da dor, da decepção e da indiferença.
Antes a dignidade da solidão e da introspecção,
que a vulnerabilidade que aflora junto aos sentimentos.
P. A.