Dia e Hora

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Escolha


O que fazer quando já não se sente.
Quando o que se traduzia em gozo não mais se manifesta.
Quando qualquer apelo visual, qualquer palavra se tornam apenas ações?

Será esse o sinal do fim,
uma apatia camuflada por sorrisos sem alma, beijos sem sabor, olhares vagos.
E se é o fim, o que fazer?

Se o encontro com Perséfone não é uma opção,
como emergir desse bálsamo inébrio, torporante?

Reagir, lutar, transformar, renascer.....
Atitudes aparentemente simples para aqueles que aconselham.
Porém todo renascimento é precedido de injúria da alma,
confusão de sentimentos e da morte, física ou não.


Mas qual a finalidade dessa transformação,
se ao fim de tanto flagelo resta apenas a eterna busca?
Procura-se pela felicidade, pelo amor, pela amizade verdadeira...


Enfim, emerge-se do catatonismo para a luta incessante
contra adversários cujas armaduras encerram falsidade, egoísmo e ambição.


Assim sendo, é preferível consumir-se em si mesmo, esgotar-se de si
do que acordar de seus próprios devaneios
e sentir a lascínea da dor, da decepção e da indiferença.
Antes a dignidade da solidão e da introspecção,
que a vulnerabilidade que aflora junto aos sentimentos.


P. A.